quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Analfabatismo Intelectual



É impressionante como vivemos num país onde a maioria do povo é analfabeto intelectual.
Apesar da diminuição do analfabetismo propriamente dito, vivemos num país onde a maioria do povo não se interessa pela infromação.
A maioria das informações chegam à população através das TV's de canal aberto. A rede globo de televisão detém a maior audiência no horário em que a maioria dos brasileiros estão em casa (entre 19 e 22h). Este é chamado o horário "nobre" da TV brasileira, mas bem que poderia ser chamado de horário "pobre". A maior parte deste horário é tomada por novelas, cerca de 2:30h. Enquanto o jornalismo fica em torno de 45 minutos. O que me deixa abismado é que esses 45 minutos são o suficiente para formar a opinião pública.
As informações vem "prontinhas". Como a maioria do povo fica esperando o horário da novela das oito, todo mundo senta à frente da TV para assistir um dos piores jornalismos que existe, o Jornal Nacional (JN). O JN tem pouco compromisso com a veracidade dos fatos. Expurgam informações para causa frisson na população e mesmo quando se comprova que os fatos não foram reais, para eles não importa, tem outra informação e a retíficação não vem. Para citar um exemplo, várias pessoas foram presas na Operação Navalha. Alguns ficaram presos e outros foram soltos, pois nada pôde se provar contra. O JN não publicou nada a respeito dos que foram inocentados, mas na hora de exibir e dilacerar a imagem destes, ele foi contundente e avassalador. Sem mesmo ser dado um veredicto, eles já se antecipavam e acusavam todos, mesmo os "supostos" inocentes. Mas esse foi um fato polêmico, pois a própria imprensa brasileira, juntamente com as inúmeras corrupções que são praticadas por nossos políticos, fazem valer o clichê de que "todo político é ladrão"!
A realidade é que além deste fato, inúmeros aconteceram no Brasil e o JN simplesmente noticiou. O povo simplesmente acredita. Falta o senso crítico na nossa população. Falta a vontade de pesquisar, ir à busca da informação. É preciso coletar os dados, analisá-los e tratá-los para daí então forma-se um opinião. Nesse modelo medíocre de jornalismo não há espaço para debates. Não há confronto de idéias. Há pura e simplesmente o resquício do tratamento de dados. Há uma única opinião. E o que mais impressiona é que essa opinião sempre é tendenciosa.
O povo brasileiro, em geral, não tem o hábito de ler. Além do povo não gostar de ler, ainda nos deparamos com uma situação inusitada, refiro-me ao que se ler.
Domingo passado encontrei uma mulher lendo um jornal no ônibus. Parei para observar o que ela estava lendo. Para minha decepção, ela estava lendo a Revista da TV que é um relato sobre as coisas que irão acontecer nas novelas. Óntem, enquanto debatia sobre o analfabetismo intelectual com um amigo, vi logo ao nosso lado uma mulher lendo um revista também direcionada às novelas. Puts, aonde vamos parar. Tem que haver qualidade na leitura. Não quero julgar essas mulheres pura e simplesmente porque eu detectei este tipo de leitura. Posso estar tirando conclusões precipitadas sobre elas, mas nada me impede de usá-las como exemlpo da qualidade de leitura do povo. Muitas pessoas usam o pouco tempo que tem para leituras superfluas, algo que não vai influenciar em nada em suas vidas, tão pouco na sociedade.
Precisamos mudar esse perfil. Criar um senso crítico. Gerar dúvidas e buscar esclarecer essas dúvidas. Mas do jeito que está será muito difícil.
Se por um lado o governo não faz reformas na maneira de educar o povo, do outro fica a impressa jogando a culpa nos governantes, mas aí vem a pergunta: Será que a impressa também não deve ser responsabilizada por esse analfabetismo intelectual?? Eu sou da opinião que sim, pois eles deveriam ter uma programação mais rica em cultura, mais intelectual. Mas a cultura do povo brasileiro é assistir novela.
A rede globo de televisão ainda faz um favor para esse analfabetismo: sempre que em outra emissora aparece um apresentador que rouba audiência dela, ela vai e contrata-o, dando um salário bem maior do que o que ganhava na antiga emissora. Quando o apresentador chega à Globo, fica jogado de lado e aparece em canal fechado ou com uma programção menos intelectual. Foi assim com Luciano Huck, Angelica, Ana Maria Braga, Serginho Groizman, Jô Soares, dentre outros. Estes apresentadores nem pensam duas vezes, pois nossa sociedade extremamamente capitalista, nos impõe a querer ganhar sempre mais, mesmo sem precisar.
Mas eles não tem interesse num povo educado e intelectual. Preferem que a sociedade brasileira permaneça burra. A sociedade consciente, tirará audiência.
Está na hora de mudar essa perpesctiva.
Precisamos intelectualizar o povo. Precisamos formar novos líderes.
Só sinto um remorço porque o pouco tempo que sobrava para alguns buscarem novas informações, será oculpado pelo BBB8.

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